Branca de Neve
A boa notícia é que a Disney não distorceu tanto essa estória, mas omitiu detalhes importantes: no conto original, a rainha pede o fígado e os pulmões de Branca de Neve, que serão servidos no jantar daquela noite! Também no original, a princesa acorda com o balanço do cavalo do príncipe, enquanto era levada para o castelo. Não há nada de beijo mágico. O que o príncipe queria fazer com o corpo desfalecido de uma garota é algo que vou deixar para sua imaginação. Ainda na versão dos irmãos Grimm, a rainha má é forçada, no final, a dançar até a morte usando sapatos de pedra, quentes como brasas.


A Bela Adormecida
O conto original não é tão doce. Nele, a jovem garota adormece por causa de uma profecia, não de uma maldição; e não é o beijo do príncipe que a desperta: o rei a vê dormindo e, querendo se divertir, a estupra. Depois de nove meses, nascem duas crianças (e ela continua dormindo). Uma das crianças chupa o dedo da mãe, retirando a peça de linho que a fazia dormir. A princesa acorda para saber que foi estuprada e é mãe de gêmeos.




Cinderela
Esse conto tem suas origens por volta do século I a.C, no qual a heroína se chamava Rhodopis, não Cinderela. A estória era muito parecida com a atual, com exceção dos sapatinhos de cristal e da abóbora. Porém, oculta por trás dessa linda estória há a versão mais sinistra dos irmãos Grimm: nela, as irmãs de Cinderela cortam partes dos próprios pés para que eles caibam no sapato de cristal, querendo enganar o príncipe. Ele, então, é avisado por dois pombos, que bicam os olhos das irmãs. Elas passam o resto de suas vidas como mendigas cegas enquanto Cinderela vive no castelo do príncipe.


Chapéuzinho Vermelho
A versão original do francês Charles Perrault não é tão bonita. Nessa versão, chapeuzinho é uma garotinha bem educada que recebe falsas instruções quando pergunta ao lobo sobre o caminho até a casa da vovó. No fim, ela é simplesmente devorada pelo lobo. Só isso. E fim. A estória acaba. Não há caçador e nem vovozinha, apenas um lobo gordo fedorento e a Chapeuzinho Vermelho morta, esquartejada e devorada. A moral da estória é que não se deve falar com estranhos.


A Pequena Sereia
No entanto, no original de Hans Christian Andersen, Ariel vê o príncipe casar-se com outra e entra em desespero. Oferecem-lhe uma faca com a qual ela poderia matá-lo, mas, em vez disso, ela salta para o mar e morre ao voltar para a costa. Hans Christian Andersen modificou um pouco o final para amenizar a estória. Na nova versão, ao invés de morrer na espuma da praia, ela se torna “filha do ar”, esperando ir para o céu. De qualquer forma, ela morre.


João e Maria
Numa versão francesa mais antiga (chamada As Crianças Perdidas), ao invés de uma bruxa, há um demônio, que também é enganado pelas crianças. Contudo, ele não cai na cilada e está prestes a colocá-los na guilhotina. As crianças fingem não saberem como entrar no instrumento e pedem para a esposa do demônio mostrar como se faz. Nesse momento, elas cortam seu pescoço e fogem.


Os Três Porquinhos
A estória original perdeu muito. O conto original não é mais longo, já que o lobo mau não perde tanto tempo assoprando casas. Ele faz isso para pegar os dois primeiros porquinhos. Aqueles coitados são logo pegos e devorados. O terceiro porquinho – o mais esperto de todos – é o entrave. Sem conseguir assoprar a casa de tijolos, o lobo tenta blefar. Ele faz de tudo para trazer o porco para fora de casa, promete nabos, maçãs, e uma visita à feira. O porco recusa a tentação, sabendo que há coisas mais importantes. O lobo decide então voltar à violência. Ele escala a casa e entra pela chaminé. Porém, o porquinho tinha planejado isso, e colocou um caldeirão de água fervendo na lareira. O lobo cai ali dentro e morre. Ele – e os dois outros porquinhos em seu estômago – são agora o sinistro jantar do terceiro porco.


Cachinhos Dourados
Uma das versões conta sobre a invasão de uma raposa e não de uma menininha de cachos dourados. Quando o ursão encontra a raposa na cama do ursinho, a joga pra fora da casa com tanta força, que ela quebra todos os ossos. Em outra versão igual a que nós conhecemos, em vez da menina, é uma velhinha maltrapilha que invade a casa. A história é cheia de números 3, e há ainda uma versão onde a invasora sofre 3 punimentos: fogo, água e depois é atirada de uma torre.

Rumpelstiltskin
A história que nós conhecemos é a mesma dos Irmãos Grimm de 1889, exceto pelo final. Quando a rainha adivinha o nome de Rumpelstiltskin, ele fica tão nervoso que aterra seu pé direito na terra até a cintura, pega seu pé esquerdo com as mãos e se rasga pela metade.


O Flautista de Hamelin
Nessa historia, um tocador de flautas mágico é contratado por uma cidade para livrá-la de uma infestação de ratos. Ele cumpre seu papel, mas quando volta para receber seu tão suado dinheirinho, a cidade se recusa a pagar. Daí, como vingança, ele usa os poderes de sua flauta para raptar todas as crianças da cidade e só as devolve após receber seu pagamento. Até aqui tudo bonito, mensagem positiva e uma moral no fim da historia. Mas, o conto original não é bem assim, nele, o encantador não devolve as crianças depois de receber da relutante cidade. Na verdade ele faz com que elas todas se afoguem num rio. E, em algumas versões ainda mais antigas, há referencias a pedofilia em massa dentro de uma caverna escura.


**Hércules
Hércules é filho de Zeus com a humana Alcmena. A deusa Hera, a esposa de Zeus, enfurecida com a traição do marido, persegue Hércules impiedosamente por toda sua vida, infligindo-lhe todos os tipos de males e sofrimentos possíveis e imagináveis; inclusive obrigando-o a assassinar toda sua família (Mégara e seus 3 filhos). Enlouquecido de remorsos, Hércules vaga solitário por décadas pelo mundo e executa os seus famosos 12 trabalhos. Zeus apieda-se do filho bastardo, velho, fraco, doente e depauperado e finalmente o aceita no Olimpo.

(*embora não seja um conto de fadas, vale a pena conferir a "verdadeira" estória*)