Região Norte

Boitatá
Diz a lenda que há muito tempo atrás, uma noite se prorrogou muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia. Era uma noite muito escura, sem estrelas, sem vento, e sem barulho algum dos bichos da floresta, era um grande silêncio. Os homens viveram dentro de casa e estavam passando fome e frio. Não havia como cortar lenha para os braseiros que mantinham as pessoas aquecidas, nem como caçar naquela escuridão. Era uma noite sem fim. Os dias foram passando e a chuva começou, choveu muito, esta chuva inundou tudo e muitos animais acabaram morrendo. Uma grande cobra que vivia em repouso num imenso tronco despertou faminta e começou a comer os olhos de animais mortos que brilhavam boiando nas águas. Alguns dizem que eles brilhavam devido a luz do último dia em que os animais viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda brilhante como fogo e transparente. A cobra se transformou num monstro brilhante, o Boitatá. Dizem que o Boitatá assusta as pessoas quando elas entram na mata à noite. Mas muitos acreditam que o Boitatá protege as matas contra incêndios.

Boto

De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios nas primeiras horas das noites de festa e com um poder especial, transforma-se em um lindo jovem vestido com roupas brancas. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Nas festas, com seu jeito galanteador e falante, o boto dança, bebe, se comporta como um rapaz normal e  aproxima-se das jovens solteiras, seduzindo-as. Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto, pois o seu encantamento só acontece à noite. 


Caipora

A lenda do Caipora é bastante evidenciada em todo o Brasil, está presente desde os indígenas, e é a partir deles que surgiu este mito. Segundo muitas tribos, principalmente as do Tronco Lingüístico Tupi-Guarani, o Caipora era uma entidade que possuía como função e dom o controle e guarda das florestas,e tudo que existia nela.Com o contato com outras civilizações não - indígenas, esta divindade foi bastante modificada quanto a sua interpretação, passando a ser vista como uma criatura maligna.Com o passar dos tempos muitas pessoas ainda continuam a relatar sua aparição, isto se dá na maioria das vezes com pessoas no interior de matas, o local onde caipora habita. 
Segundo as pessoas que já viram Caipora, as características variam e a impressão que se tem dela pode variar dependendo se Caipora quer perturbar ou ajudar a pessoa.
Muitas pessoas afirmam que Caipora é um menino moreno , parecido com um indiozinho,olhos e cabelos vermelhos, possui os pés virados para trás.Outras pessoas dizem que ele parece com um indiozinho possui uma lança, um cachimbo,já outras pessoas o descrevem igual aos modelos anteriores porém com apenas um olho.
Caipora tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua autorização, para isso apenas fala para que o bicho ressuscite. Por ser muito veloz às vezes as pessoas apenas sentem Caipora como se fosse uma rajada de vento no mato.Para entrar numa mata com permissão da Caipora, a pessoa deve levar sempre uma oferenda para ela, como um Pedaço de Fumo-de-Rolo, um Cachimbo. Caipora emite um som estridente causando que causa arrepios e pavor a todos os que o escutam. Em algumas regiões do Brasil Caipora é conhecido como o Curupira.

Curupira

De acordo com a lenda o Curupira é uma entidade muito parecida com a caipora,com funções e domínios idênticos, ou seja protetor da fauna e flora.O que difere é que o Curupira sempre se apresenta montado no seu Caititu ou cateto (espécie de porco do mato), possui uma lança, arco e flechas e não possui os pés voltados para trás. Para ressuscitar os animais mortos sem seu consentimento utiliza sua lança, seu arco, ordem verbal e através do contato do focinho do Caititu.




Capelobo
Esta Lenda é muito comum na Região dos Rios do Pará e também no Maranhão. O nome Capelobo é a união de um nome de significado provavelmente indígena, onde Cape (osso quebrado, torto ou aleijado) + lobo. O Capelobo pode aparecer com duas formas distintas: Forma de animal onde parece com uma anta, porém com características mais distintas, é maior que uma anta comum, é mais rápido, apresenta um focinho mais parecido com o de um cão ou porco, e longos cabelos e forma humana: Aparece com o corpo metade homem , com focinho de tamanduá, e corpo arredondado.
Costuma sair a noite , rondando as casas e acampamentos que ficam dentro das florestas, costuma apanhar cães e gatos recém nascidos, mas quando captura um animal maior ou um homem ,ele quebra o crânio e come o cérebro  ou bebe o sangue. Só é morto com um ferimento no umbigo.

Cobra Grande (Cobra Honorato)

A Lenda da Cobra grande é uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico que fala de uma imensa cobra, também chamada Boiúna, que cresce de forma gigantesca e ameaçadora, abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos rios. Ao rastejar pela terra firme, os sulcos que deixa se transformam nos igarapés. Conta a lenda que a cobra-grande pode se transformar em embarcações ou outros seres. Aparece em numerosos contos indígenas. Um deles conta que em certa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna, deu à luz a duas crianças gêmeas. Uma delas, um menino, recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria. Mas a Índia não queria as crianças e para ficar livre dos filhos, ela jogou as duas crianças no rio. Entretanto as crianças não morreram, e conseguiram sobreviver e se criaram. Honorato não fazia nenhum mal, mas sua irmã tinha uma personalidade muito perversa. Causava sérios prejuízos aos outros animais e também às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas maldades.   Segundo muitas pessoas narram, Honorato em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo e elegante rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita audácia para derramar leite na boca da enorme cobra e fazendo um ferimento na cabeça dela até sair sangue. Porém ninguém tinha coragem de enfrentar a enorme cobra. Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato do terrível encanto, e ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra como um homem e com sua família.

Diabinho da Garrafa

O Diabinho da Garrafa também é conhecido como Famaliá, Cramulhão, Capeta da Garrafa, entre outros nomes, este ser é fruto de um pacto que as pessoas afirmam que se pode fazer com o diabo, este pacto consiste na maioria das vezes de uma troca, a pessoa pede riqueza em troca dá sua alma ao diabo. Depois de feito o pacto a pessoa tem que conseguir um ovo que dele nascerá um diabinho de 15 cm à aproximadamente 20 cm, mas não se trata de um simples ovo de galinha, e sim um ovo especial, fecundado pelo próprio diabo. O Diabinho da Garrafa tem as seguintes características: Nasce de um ovo (em algumas Regiões do Brasil acredita-se que ele pode nascer de uma galinha fecundada pelo diabo), em outras  Regiões acreditam que ele nasce de um ovo colocado não por galinha e sim por um galo, este ovo seria do tamanho de um ovo de codorna; para conseguir tal ovo, a pessoa deve procurá-lo durante o período da quaresma , e na primeira sexta feira após conseguir o ovo, a pessoa vai até uma encruzilhada , a meia noite ,com o ovo debaixo do braço esquerdo,após passar o horário retorna para casa e deita-se na cama. No fim de 40 dias aproximadamente, o ovo é chocado e nascerá o diabinho; de posse do diabinho, a pessoa coloca-o logo na garrafa e fecha bem fechado, com o passar dos anos o diabinho enriquece o seu dono, e no final da vida leva a pessoa para o inferno.

Iara

Conta a lenda que Iara é um ser , metade peixe metade mulher que vive nos rios ,esta Lenda é muito comum na região Amazônica. Segundo pesquisadores esta lenda surgiu entre os índios e passou a fazer parte principalmente das vidas das populações ribeirinhas, onde muitas dessas pessoas são descendentes de índios, ou estão muito próximos da cultura indígena, passando a serem influenciadas direta ou indiretamente. Segundo a Lenda as pessoas, principalmente homens, sempre eram atraídos pela beleza irresistível da Iara, uma linda índia com cabelos longos e pretos ,corpo muito bonito e ao som de uma música mágica leva as pessoas para o fundo das águas, onde existe o seu reino. Iara além de possuir um belo canto também contava com a sua beleza, podendo ao sair da água assumir a forma humana de uma mulher.




Mapinguari
O Mapinguari é uma Lenda derivada de algumas Lendas dos Índios da Região Amazônica. Os caboclos contam que dentro da floresta vive o Mapinguari, um gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo. Para uns, ele é realmente coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré. Segundo esta Lenda, alguns índios ao atingirem uma idade mais avançada evoluiriam e transformariam-se em Mapinguari e passariam a habitar o interior das florestas passando a viver apenas no seu interior e sozinhos. Há também quem diga que seus pés têm o formato de uma mão de pilão. O Mapinguari emite um gritos semelhantes ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do desavisado, que acaba perdendo a vida. A criatura é selvagem e não teme nem caçador, porque é capaz de dilatar o aço quando sopra no cano da espingarda. Os ribeirinhos amazônicos contam muitas histórias de grandes combates entre o Mapinguari e valentes caçadores. O Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores que conseguem sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com terríveis marcas no corpo para o resto de suas vidas. Há quem diga que o Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir. Quando anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e derrubando árvores, deixando um rastro de destruição. Outros contam que ele só aparece nos dias santos ou feriados. Dizem que ele só foge quando vê um bicho-preguiça.

Matinta Perera

Diz a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz:: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de "virar" Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. A Matinta Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo "rasga-mortalha". Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:" Quem quer? Quem quer?" Se alguém responder "eu quero", pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de "virar" Matinta Perera.

Muiraquitã

A lenda do Muiraquitã é considerada um verdadeiro amuleto da sorte, que consiste num sapinho feito de pedra ou argila, geralmente é de cor verde, pois era  confeccionado em jade. Os indígenas contam a seguinte lenda: que estes batráquios, eram confeccionados pelas índias que habitavam as margens do rio Amazonas. As belas índias nas noites de luar em que clareava a terra se dirigiam a um lago mais próximo e mergulhavam em suas águas retirando do fundo do lago bonitas pedras que modelavam rapidamente e ofereciam aos seus amados, como um verdadeiro talismã que pendurado ao pescoço levavam para caça, acreditando que traria boa sorte e felicidade ao guerreiro. Conta à lenda que até nos dias de hoje muitas pessoas acreditam que o Muiraquitã trás felicidade é considerado um amuleto de sorte para quem o possui.
O Muiraquitã apresenta também outras formas de animais, como jacaré, tartaruga, onça, mas é na forma de sapo a mais procurada e representada por ser a lenda mais original.

Mula-Sem-Cabeça

A lenda da Mula-sem-cabeça é de origem desconhecida e é evidenciada em todo Brasil, de acordo com as regiões sofre alguma modificações, principalmente no nome, passando a ser chamada, por exemplo, de: Mulher de Padre, Mula de Padre, Mula Preta, entre outros. Não se sabe ao certo como surgiu o primeiro caso, porém segundo pesquisadores seria resultado de uma maneira de pensar, comportar-se e agir tipicamente relacionado a Igreja Católica, pois na sua origem a criatura seria o resultado de um pecado (aos modos ,costumes,princípios,e condutas da Igreja Católica),pois seria o resultado do que acontecia com todas as mulheres que mantivessem uma relação amorosa com um padre, o que podemos deduzir segundo muitos estudos sobre esta lenda que as mulheres que frequentavam igrejas nunca poderiam ver o Padre como um homem, e sim como uma "criatura especial" quase um Santo, pois estava se mantendo e vivendo para pregar a palavra de Jesus Cristo ,Deus e Santos, e caso alguma mulher pensasse em namorar com um Padre saberia que viraria uma Mula-sem-cabeça. Algumas pessoas juram já ter visto a criatura, e segundo elas a Mula-Sem-Cabeça tem as seguintes características: É uma mula, de cor marrom ou preta; não apresenta cabeça no lugar apenas fogo; possui em seus cascos ferraduras que podem ser de aço ou prata; seu relincho é muito alto que pode ser ouvido por muitos metros e é comum gemer como um ser humano; ela costuma aparecer somente durante a noite, e principalmente quinta ou sexta-feira, principalmente se for noite de Lua Cheia. Segundo a Lenda existem duas maneiras de acabar com o encantamento que fez a mulher virar Mula-Sem-Cabeça, a primeira consiste em uma pessoa arrancar o cabresto que ela possui, a outra forma é furá-la tirando sangue (uma gota no mínimo, com um alfinete virgem que nunca foi usado).

Vitória-Régia

Conta a lenda que uma índia chamada Naiá, ao contemplar a lua (Jaci) que brilhava no céu apaixona-se por ela. Segundo contava os indígenas, Jaci descia a terra para buscar alguma virgem e transformá-la em estrela do céu. Naiá ao ouvir essa lenda, sempre sonhava em um dia virar estrela ao lado de Jaci. Assim todos as noites, Naiá saia de casa para contemplar a lua e aguardar o momento da lua descer no horizonte e sair correndo para tentar alcançar a lua. Todas as noites Naiá repetia essa busca, até que uma noite Naiá, decide mais uma vez tentar alcançar a lua, nessa noite Naiá vê o reflexo da lua nas águas do igarapé e sem exitar mergulha na tentativa de tocá-lo e acaba afogando-se. Jaci se sensibiliza com o esforço de Naiá e a transforma na grande flor do Amazonas, a Vitória Régia, que só abre suas pétalas ao luar.


Saci Pererê
A lenda do Saci é uma das mais difundidas no Brasil, segundo muitos autores, o Saci é um menino travesso de cor negra que possui apenas uma perna, usa  uma carapuça ou gorro vermelho na cabeça e fica o tempo todo fumando cachimbo, costuma correr atrás dos animais para afugentá-los, gosta de montar em cavalos e dar nó em suas crinas. O Saci Pererê pode também aparecer e desaparecer misteriosamente, é muito irrequieto e não para um instante sequer, pois fica pulando de um lugar para outro e toda vez que apronta as suas travessuras, ele dá risadas alegres e agudas e gosta de assobiar principalmente quando não existem as noites de luar. Ao Saci Pererê são atribuídas às coisas que dá errado, ele entra nas casas e apaga o fogo, faz queimar as comidas das panelas, seca a água das vasilhas, dá muito trabalho às pessoas escondendo os objetos que dificilmente serão encontrados novamente, seu principal divertimento é atrapalhar as pessoas para se perderem. Dizem que ele veio do meio de um redemoinho e para espantá-lo as pessoas atiram uma faca no redemoinho que ele vai embora ou então o chamando pelo seu nome. Embora pertença ao folclore da região sudeste e sul, ele também foi introduzido ao folclore do norte por ser uma figura muito popular nesta região do país.

Região Nordeste

Alamoa

Conta a Lenda que Alamoa  ou dama branca é  a aparição de uma mulher branca, muito bonita, loura  e que anda nua, , e que aparece dançando na praia iluminada pelos relâmpagos de tempestade próxima. Dizem que ela atrai os pescadores ou caminhantes que voltam tarde e depois se transforma em um esqueleto, endoidecendo o namorado que a seguiu. Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela. Sua residência é o Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha.


Bicho Homem

Diz a lenda que o bicho-homem está presente em várias regiões do Brasil, onde a sua figura, com pequenas variações, é descrita como sendo a de uma criatura alta, quase um gigante, com um olho só no meio da testa, também um só pé redondo e enorme, que quando caminha vai deixando pelo chão pegadas redondas. Os dedos de suas mãos são compridos e disformes, as unhas longas e afiadas, e os gritos que costuma emitir assombram os moradores da região onde habitualmente ele se oculta. Quem já o viu diz que ele é muito grande, forte, e extremamente feroz.

É capaz de derrubar a socos e unhadas  uma montanha, beber rios e transportar florestas. Vive escondido em locais de muitas serras e vales e é devorador de homens.

Cabeça de Cuia

A lenda do Cabeça de  Cuia trata-se da história de Crispim, um jovem garoto que morava nas margens do rio Parnaíba e de família muito pobre. Conta a lenda que certo dia, chegando para almoço, sua mãe lhe serviu, como de costume, uma sopa rala, com ossos, já que faltava carne na sua casa frequentemente. Nesse dia ele se revoltou, e no meio da discussão com sua mãe, atirou o osso contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ficar vagando no rio e com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria. Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres. O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.

Cuca

A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está em um dragão,  coca das lendas portuguesas, esta tradição foi trazida para o Brasil na época da colonização. Diz a lenda, que a Cuca rouba as crianças que desobedecem a seus pais. A Cuca dorme uma noite a cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá pra ouvir à 10 léguas de distância. Pelo fato da Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam amedrontar as crianças que resistem dormir, dizendo que se elas não dormirem, a Cuca irá pegá-las.

Lobisomem

De acordo a Lenda, o Lobisomem é um ser que seria resultado de uma oração poderosa feita numa noite de sexta-feira,de preferência de Lua Cheia num estábulo ou cocheira de burro ou cavalo,no qual a pessoa rola no local como se fosse o animal ,dizendo a reza e é feita como pacto com entidades malignas. Em algumas Regiões a transformação em Lobisomem acontece numa noite de sexta-feira sempre meia noite numa encruzilhada, onde repetindo os atos de um cavalo rolando no chão, a pessoa transforma-se.
O Lobisomem seria a fusão do lobo com o homem. Muitas histórias são contadas sobre este ser. No Brasil é comum em todos os Estados, principalmente nas localidades da Zona Rural, onde é muito comum as pessoas afirmarem que já o viram ,que também passa a ser um mistério para quem vê e quem ouve a história. O Lobisomem ataca animais e pessoas para se alimentar de sangue e volta a forma humana somente com o raiar do Sol.

Negro d'água

Conta a lenda que o Negro D'água ou Nego D'água vive em diversos rios. Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, o Negro D'água derruba a canoa dos pescadores, se eles se negarem de dar um peixe. Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada. Esta é a História bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Centro-Oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto. Segundo a Lenda do Negro D'Água, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio. Não se há evidências de como nasceu esta Lenda, o que se sabe é que o Negro D'Água só habita os rios e raramente sai dele, seu objetivo seria como amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes dando sustos em pessoas a barco, etc. Suas características são muito peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele.

Quibungo

Segundo a lenda o Quibungo é uma espécie de Bicho-Papão negro, um visitante africano inesperado que acabou por se domiciliar na Bahia, onde passou a fazer parte do folclore local. Trata-se de uma variação do Tutu e da Cuca, cuja principal função era disciplinar, pelo medo, as crianças rebeldes e relutantes em dormir cedo.
O Quibungo faz parte dos contos romanceados, sempre com um episódio trágico ou feliz, mas sem data que o localize no tempo. É um Velho do Saco para os meninos, um temível devorador de crianças, especialmente as desobedientes. Sem dúvida um meio eficaz de cobrar disciplina pela imposição do medo.
Não há nenhum testemunho ocular de sua existência, mas, em meio ao universo infantil, existe como concreto. Dentro dessas histórias tradicionais, contadas para as crianças inquietas ou teimosas, ele se arrasta como um fantasma faminto, como um feroz devorador de meninos e meninas que distanciam dos seus pais.
É personagem da literatura oral afro-brasileira, com cruel voracidade, enorme feiúra, brutalidade e inexistente finalidade moral.
O Quibungo é ao mesmo tempo homem e animal. Espécie de lobo ou velho negro maltrapilho e faminto sujo e esfarrapado, um verdadeiro fantasma residente nos maiores temores infantis.
Vaqueiro Misterioso

Esta lenda é muito comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem fortes tradições no Ciclo do Gado.Esta Lenda relatada por muitos vaqueiros, onde o Vaqueiro Misterioso sempre aparece para participar das competições de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras competições de montaria.Ele sempre é descrito como um vaqueiro velho,mal vestido com um cavalo fraco e velho, participa e ganha todas as competições e quando alguém procura por ele para saber de onde ele veio ,ele acaba sumindo sem deixar nenhuma pista.



Região Centro – Oeste

Arranca Línguas

De acordo com as pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém muito maior do que um Gorila ou um homem, segundo contam um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais como, bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia.


Pai do Mato

Esta Lenda é muito comum na Região Centro Oeste do Brasil, principalmente na região de Goiás. De acordo com a Lenda o Pai do Mato habita as matas defendendo os bichos contra as pessoas, segundo contam poucas pessoas já o viram,  pois ele raramente aparece , e ele têm as seguintes características: Aparentemente tem a  altura de um homem ,possui o corpo coberto de pêlos e as mão semelhantes a dos  macacos, no rosto dele há uma barbicha bem vistosa e na cor negra  e ele têm o nariz na cor azul.

Costuma andar com grupos de caititus (porco-do-mato), onde utiliza o maior animal como montaria. Contam o seu umbigo é seu ponto fraco.


Onça da Mão torta

Esta lenda conta sobre uma Onça muito grande, rajada e que tem uma das patas dianteiras torta. Os caçadores, principalmente, temem muito encontrar este monstro. Segundo muitas pessoas que já a viram a onça tem as seguintes características: Dizem que ela é um espírito de um vaqueiro que tinha a mão torta e que era  muito velho e mau, em seguida de sua morte surgiu esta onça, tendo como característica a pata torta, sendo uma espécie de castigo para ele. Como a onça é enfeitiçada, por mais que atirem nela, não sofre nada.

Mãe-do-Ouro

A lenda da Mãe-do-ouro, no folclore brasileiro, é uma bola de fogo que indica os locais onde se encontram jazidas de ouro que não devem ser exploradas. Às vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transformaria também em uma belíssima mulher com um vestido longo de seda e com cabelos dourados refletindo luz e voando pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas, e, após atrair homens que maltratam as esposas, os faz largar suas famílias, mas trata de não deixar a mulher sofrendo, e coloca outra pessoa em seu caminho.




Região Sul

Mão de Cabelo

Esta Lenda é muito comum na região de São Paulo e Minas Gerais. É um fantasma que anda vestido todo de branco e possui as duas mão cheias de cabelo, ele é um dos grandes assustadores das crianças que costumam fazer xixi na cama.

Negrinho do Pastoreio

A lenda do Negrinho do Pastoreio é uma lenda meio cristã e meio africana. . É uma lenda muito popular no sul do Brasil e sua origem é do fim do Século XIX, no Rio Grande do Sul. Foi muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma lenda reconhecidamente do Rio Grande do Sul, e alguns folcloristas afirmam que a região tem uma única lenda sua, criada ao jeito local.
Conta a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece". Aflito, o menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
De volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. A partir disso, entre os andarilhos, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio. Desde então, quando qualquer cristão perdia uma coisa, fosse qualquer coisa, pela noite o Negrinho procurava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.
Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo:"Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.

Pé-de-Garrafa

Conta a lenda, que o Pé -de - Garrafa é um ser que habita florestas do Paraná, não há evidências da origem dessa lenda, segundo afirmam muitas pessoas este ser é muito difícil de aparecer para uma pessoa, pois muitos dizem que ele evita ao máximo o contato, entretanto costuma atrair as pessoas quando quer. Muitas pessoas que já o viram ou que conhecem pessoas que já o viram, dizem que ele apresenta as seguintes características. Ele possui corpo de um homem, pode ser  de cor negra ou branca, tem o umbigo branco, é corpo coberto de pêlos, possui apenas um único olho e também um chifre localizados  na testa, apenas um braço, mão com grandes garras e uma perna que não possui pé e sim um formato de fundo de garrafa (o que lhe dá o nome). Dizem que ele costuma gritar para alguém informar o caminho na mata, as pessoas que escutam seu pedido de ajuda, não devem responder, pois ele seguirá a pessoa. Dizem que só se consegue escapar do Pé-de-Garrafa se atingir o seu umbigo branco, onde esta a sua fraqueza.

Procissão das Almas

Esta Lenda conta sobre uma velha, que vivia sozinha na sua casa, e por não ter muito que fazer, nem com quem conversar, passava a maior parte do dia olhando a rua através da sua janela, coisa muito comum no interior. Até que numa tarde quando estava quase anoitecendo ela viu passar uma procissão, todos estavam vestidos com roupas largas brancas (como fantasmas) com velas nas mãos e ela não conseguia identificar ninguém, logo estranhou, pois sabia que não haveria procissão naquele dia, pois ela sempre ia à igreja, e mesmo assim quando havia alguma procissão era comum a igreja tocar os sinos no inicio, mas nada disso foi feito. E a procissão foi passando, até que uma das pessoas que estava participando parou na janela da velha e lhe entregou uma vela, disse a velha guardasse aquela vela e que no outro dia ela voltaria para pegá-la .Com a procissão chegando ao fim a velha resolveu dormir, e apagou a vela e guardou-a. No outro dia, quando acordou, a velha foi ver se a vela estava no local onde ela guardou, porém para sua surpresa no local em que deveria estar a vela estava um osso de uma pessoa já adulto e de uma criança.

Região Sudeste

Porca dos Sete Leitões

Conta a lenda que uma Baronesa , praticava muitas maldades contra seus  escravos. Os escravos cansados de tanta crueldade resolveram tomar uma atitude. Um feiticeiro negro revoltado com suas injustiças lançou um feitiço na Baronesa,  ela foi transformada em porca , e seus sete filhos foram transformados em porquinhos. Segundo dizem, a sina deles é andar fuçando com o focinho no chão a procura de um anel enterrado, quando encontrarem esse anel, quebrarão o feitiço e voltarão a ser o que eram.
fonte: só história