Stonehenge
20:10
Colocado com jeitinho por Banguelo
O mais
famoso monumento megalítico do Mundo talvez tenha sido um observatório
utilizado na previsão de importantes acontecimentos astrológicos. Quem o terá
construído, quando e com quais os conhecimentos arquitetônicos da época?
Tratar-se-ia de um centro de ritual religioso?
Stonehenge
é um poderoso magneto. Pessoas de todas as classes, desde os arqueólogos que
com os seus conhecimentos específicos pensam poder desvendar os seus mistérios,
a gente comum que apenas deseja visitar este lugar mágico, são atraídas pela
aura das suas enormes e antigas pedras. Stonehenge é ainda um enigma impressionante
para cuja finalidade nem as maiores sumidades do Mundo na matéria conseguiram
ainda encontrar explicação. Lord Byron, no seu poema Don Juan, põe a questão:
as florestas dos druidas desapareceram; Stonehenge não. Mas o que será isto?
Os
Saxões chamavam ao grupo das pedras eretas “Stonehenge” ou “Hanging Stones”
(Pedras Suspensas), enquanto os escritores medievais se lhes referem como ”Dança
de Gigantes”. Inigo Jones, famoso arquiteto do século XVII que fez o primeiro
estudo sério sobre Stonehenge, considerou-o um templo romano. Mas William
Stu-keley, um estudioso de monumentos e franco-mação do século XVIII, convenceu
muita gente de que se tratava de um templo construído pelos druidas britânicos.
Só no século XX os arqueólogos estabeleceram a idade real do monumento e
chegaram a conclusões mais realistas acerca da sua finalidade.
A construção
A zona
de Wiltshire, nos arredores de Stonehenge, é rica em ruínas pré-históricas.
Woodehenge,
Durrington Walls, Cursus e mais de 350 sepulturas são testemunho da intensa
actividade comunal dos habitantes, que pastoreavam animais, semeavam trigo e
adoravam os seus deuses na planície de Salisbúria e em torno dela.
A
construção de Stonehenge teve início cerca de 3500 a. C.
Os
arqueólogos britânicos, com destaque para Richard Atkinson, declararam em 1950
que o primeiro monumento de Stonehenge era constituído por uma formação
circular em torno da qual se dispu-nham 56 fossas conhecidas hoje por Aubrey
Holes, formando um anel. A primeira pedra ereta, Heel Stone, foi colocada do
lado de fora da única entrada da fortificação. O segundo monumento foi iniciado
passados 200 anos ou mais tarde ainda. Novos construtores edificaram uma
avenida de monólitos ligando o henge ao rio Avalon, a cerca de 3,2 km de
distância. Trouxeram 80 blocos de pedra das montanhas de Prescelly, que se
situam a uma distância de 320 km, na parte sul do País de Gales. Estes enormes
pedregulhos foram certamente transportados em jangadas ao longo da costa galesa
e depois, rio Avalon acima, até Bristol. Seguindo primeiramente por via fluvial
e depois por via terrestre, foram finalmente arrastados sobre cilindros até
Stonehenge e colocados na vertical.
Os
círculos de pedra em breve seriam desmantelados, dando lugar a menires que
ainda hoje dominam o recinto. Dado que alguns destes monólitos pesam cerca de
26 toneladas, o seu transporte de Wiltshire representou seguramente uma empresa
fabulosa que terá envolvido muita força braçal. Os homens responsáveis pela
construção foram certamente artesãos experimentados: talharam e fixaram
cuidadosamente os lintéis cobrindo uma ou um par de pedras eretas, utilizando
para o efeito juntas articuladas. Denominadas trilitos pelo fato de serem três
pedras juntas e ajustadas, foram colocadas formando uma ferradura ainda hoje
visível.
As
pedras retiradas foram novamente colocadas, ficando por den-tro do círculo de
menires, onde hoje as vemos – trata-se dos peque-nos pilares de pedra que mais
parecem anões comparados com os trilitos. Os buracos abertos fora do círculo
principal destinavam-se à colocação de um segundo círculo de pedra, o que nunca
chegou a acontecer. Cerca de.1500 anos depois do começo da construção de
Stonehenge procedeu-se ao arranjo final: as pedras foram novamente retiradas e
repostas na posição actual, por dentro do círculo. Ao mesmo tempo, a pedra
conhecida hoje por Pedra do Altar, um grande bloco de arenito esverdeado,
também do Sul do País de Gales, foi colocada em frente de um dos trilitos.
Sua possível finalidade
O
plano elaborado, o trabalho que esta construção deve ter exigido e a imensidade
de horas necessárias à sua realização demonstram a importância de Stonehenge. E
o fato de os arquitetos precisarem exatamente daquele tipo de pedra, a
pedra-lipes e o arenito do País de Gales, levam-nos a pensar que estes
megálitos eram essenciais à perfeita concretização da obra. É evidente que não
se tratava apenas de um ponto de reunião dos camponeses locais. Mas qual seria,
enfim, a finalidade de Stonehenge¿ Algumas descobertas impressionantes apontam
para uma função possível. O Sol, no solstício de Verão, nasce entre Heel Stone
e outra pedra que já ali não se encontra; o monumento primitivo seria utilizado
como local de exposição de restos ancestrais ao Sol inspirador de vida?
Vestígios de corpos cremados descobertos nos 56 Aubrey Holes mostram que aqui
foram celebrados ritos funerários e que estes buracos podem ter simbolizado
entradas no submundo, mundo inferior.
O astrônomo
americano Gerald Hawkins utilizou um computador para descodificar muitos dos
alinhamentos das pedras, tendo concluído que Stonehenge constituía um
sofisticado meio de observação do céu. Mas essas observações seriam rigorosas?
Os Antigos estavam tão interessados neste tipo de descobertas como os
cientistas modernos? Talvez o seu interesse se relacionasse mais com o
estabelecimento de um calendário básico e um gráfico dos movimentos dos corpos
celestes com objetivos religiosos.
Os
construtores de Stonehenge não eram gente primitiva que não deixaram qualquer
informação escrita, mas tratava-se decerto de indivíduos com muitos
conhecimentos e experiência. Talvez ainda ninguém tenha realmente pensado na
verdadeira finalidade de Stonehenge. Talvez que John Michell, autor britânico e
pesquisador esotérico, tenha razão quando sugere que se trataria de «um templo
cós-mico dedicado aos doze deuses do Zodíaco. Representa a cosmologia ideal, a
perfeita e completa imagem do universo.
Stonehenge mantém o seu poder
Embora
o templo místico de Stonehenge tenha sido abandonado há já cerca de 3000 anos,
boa parte dele sobreviveu e a sua magia nunca desapareceu. Atribuiu-se ao mágico
Merlin o levantamento das pedras, enquanto que a população local acreditou
durante muito tempo que as pedras tinham poderes curativos que, quando
transferidos para a água, conseguiam curar toda a espécie de doenças. Durante
séculos, Stonehenge foi cenário de reuniões de camponeses e nos últimos 80 anos
os «druidas» modernos celebraram aqui o solstício de Verão. Durante
aproximadamente 20 anos, milhares de pessoas se reuniam neste local todos os
meses de Junho para assistirem ao festival que aí tem lugar. Mas em 1985 as
autoridades proibiram tanto a vinda dos druidas como o festival em si, receosas
de que as pedras, assim como a paisagem circundante, possam ser danificadas.
O que
resta hoje de Stonehenge é uma sombra, uma impressão apenas, de sua antiga
glória. Pode ainda discernir-se a sua forma primitiva, embora muitas das pedras
tenham caido e já não se encontram mais no lugar ou estejam enterradas na
turfa.
Se há
cerca de 4000 mil anos tivesse sido possível obter uma vista aérea do monumento
megalítico, a Dança dos Gigantes estaria completa, depois de mais de 1500 anos
de construção em 3 fases. Os quatro componentes deste recinto, partindo de fora
para o centro eram: um anel de monólitos de arenito ligados por inúmeros
lintéis e com uma altura de 5 m; um círculo de pedras-lipes; uma
"ferradura" de cinco trílitos de arenito; e uma "ferradura"
de pedra-lipes no meio da qual se elevava a grande Pedra Altar. Para norte e
para lá do fosso situava-se a Heel Stone, guardando a avenida de acesso a este
lugar sagrado.
A
dimensão do monumento, a origem das pedras, a orientação da estrutura, as horas
necessárias à construção, os séculos que já tem de existência - tudo que leva a
pensar que Stonehenge não é apenas um local de reunião dos camponeses da
proximidade. As explicações abundam mas os arqueólogos concordam quanto a
possibilidade de uma função religiosa. No entanto, não há ninguém que tenha assistido
ao nascer do Sol por cima dos blocos de pedra no solstício de inverno que
dificilmente não admita a possibilidade de Stonehenge ter tido também uma
função astrológica.
Existe
uma teoria popular para explicar Stonehenge que se relaciona com a ciência
"astroarqueologia", enquadrada por Gerald Hawkins para explicar
Stonehenge. De acordo com esta teoria, tratar-se-ia de um observatório
pré-histórico cujo alinhamento das pedras produz o traçado de linhas precisas
que marcam o nascer e o pôr do Sol em datas chaves como são os solstícios. Os
movimentos do Sol, da Lua e das estrelas podiam ser seguidos, os eclipses
previstos e os deuses do Zodíaco adorados no tempo próprio.
fonte: Sobrenatural
This entry was posted on October 4, 2009 at 12:14 pm, and is filed under
Curiosidades,
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