O dragão-de-komodo, ou crocodilo-da-terra, a maior espécie de lagarto do mundo, é um réptil que vive na ilha Komodo e outras três vizinhas (Rinca, Padar e Flores), pertencentes à Indonésia, arquipélago situado entre a Ásia e Austrália, e que se estende através do equador separando o oceano Índico do oceano Pacífico. Apesar de existir há centenas de anos, essa espécie só foi descoberta oficialmente pela ciência em 1912, e se encontra atualmente sob proteção das autoridades ambientalistas em virtude da ameaça de extinção que paira sobre ela (a população das ilhas temia o ataque mortal dos dragões e por isso os envenenava, levando-os à morte). Podendo alcançar até 3,5 de comprimento e peso de 125 quilos, ele tem um corpo robusto e resistente, com aparência de um dinossauro, coberto por pele cinzenta e marrom.

Estes animais são carnívoros. Apesar de comerem principalmente carniça, também emboscam presas vivas com um ataque furtivo. Quando presas adequadas chegam perto de um local de emboscada de um dragão, este irá subitamente à carga sobre o animal e tentará atingir a parte de baixo da garganta. É capaz de localizar a sua presa através do seu olfacto apurado, que consegue localizar um animal morto ou moribundo até uma distância de 9,5 km. Também já foram observados a deitar abaixo grandes porcos e veados com a sua cauda.


Estes animais comem rasgando pedaços grandes de carne e engolindo-os inteiros enquanto seguram a carcaça com as patas anteriores. Para presas pequenas (até ao tamanho de uma cabra), conseguem engoli-las inteiras, usando as suas mandíbulas pouco articuladas, crânio flexível e estômago expansível. O conteúdo vegetal do estômago e intestinos são tipicamente evitados. Quantidades copiosas de saliva vermelha produzida pelos dragões-de-komodo ajudam a lubrificar a comida, mas ainda assim a deglutição demora muito tempo (15-20 minutos para engolir uma cabra). Os dragões-de-komodo tentam por vezes acelerar o processo espetando a carcaça contra uma árvore para forçá-las a descer a sua garganta, chegando a deitar árvores abaixo. Para prevenir que sufoquem enquanto engolem, respiram usando um tubo pequeno debaixo da língua que se liga ao pulmão. Depois de comerem até 80 por cento do seu peso corporal numa refeição, arrasta-se até um sítio solarengo para acelerar a digestão, pois a comida pode apodrecer e envenená-los se deixada por digerir muito tempo. Devido ao seu metabolismo lento, dragões grandes podem sobreviver com apenas 12 refeições por ano. Depois da digestão, o dragão-de-komodo regurgita uma massa de cornos, cabelo e dentes, que está coberto num muco mal-cheiroso. Depois da regurgitação, esfrega a cara na poeira ou nos arbustos para se livrar do muco, sugerindo que, tal como os humanos, não aprecia o cheiro das suas próprias excreções.

A saliva do dragão-de-komodo contém uma flora bacteriana altamente tóxica, capaz de matar por infecção generalizada, e em pouco tempo, qualquer ser vivo que entre em contato com ela. Para que possamos ter uma idéia do poder letal que têm as bactérias presentes na secreção bucal desses répteis enormes, basta dizer que se um deles morder a si próprio, acabará por morrer como qualquer outro animal que tenha tido a má sorte de entrar em contato com os seus dentes.

Veja dois vídeos sobre essa criatura monstruosa: 




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